5 de novembro de 2014

Recursos hídricos | Water resources

Bem vindos de novo a este meu/nosso espaço de reflexão.
 
Hoje andava eu para aqui a pensar na vida (de vez em quando acontece...) e dei comigo a refletir acerca da questão da água.
 
Sim, porque isto de ter água a sair das torneiras é um verdadeiro luxo...
 
Em quantos locais do mundo a população tem de se deslocar a pé a quilómetros de distância para ir buscar água apenas para beber e cozinhar!
Em quantos locais do mundo a população sofre de desidratação e problemas de saúde associados, "apenas" porque não tem acesso a um bem essencial tão precioso!
 
E que fazemos nós com a riqueza que é ter água disponível para as necessidades diárias?
 
Com certeza que cada um de nós terá uma resposta a esta questão - que não deve diferir muito de uns para outros - mas no essencial não sabemos responder.
E não sabemos responder, porque não sabemos de onde vem nem para onde vai a água que usamos.
Consequentemente, acabamos por utilizar os nossos recursos hídricos de formas por vezes pouco racionais ou mesmo inconsequentes.
 
Em última análise a água é como um filho, que não é totalmente nosso, mas que devemos cuidar com empenho e carinho e preservar para entregar ao mundo o melhor que pudermos (pelo menos é esta a minha leitura enquanto mãe...).
 
E nesta perspetiva, de onde vem a água que consumimos? Para onde vai depois de deixar a nossa casa? Quais os tratamentos a que será sujeita antes de retomar os cursos dos rios? (pressupondo que será sujeita a tratamentos...).
E o que podemos nós fazer, enquanto consumidores esclarecidos, para evitar consumos inúteis/desnecessários ou contaminações domésticas?
 
Bem, em primeiro lugar quero mostrar-vos uma imagem que chegou até mim via facebook (infelizmente não sei a quem atribuir os créditos...) e que ilustra um pouco desta preocupação:
 
 
 
 
Com uma certa ironia, é verdade, o autor desta ilustração coloca-nos perante uma questão bastante pertinente: porque não aproveitarmos a água das chuvas para posteriormente usarmos, na rega de plantas e jardins, por exemplo.
 
O uso que fazemos da água pode - e quanto a mim deve - estar intimamente ligado com a sua origem. Senão vejamos:
  • Certos usos - como as regas e as descargas de autoclismo - não requerem água potável, pelo que podemos perfeitamente aproveitar as águas das chuvas e as chamadas "águas cinzentas", resultantes das lavagens das mãos, para estas finalidades.
  • Da mesma formas, as águas das chuvas, devidamente acondicionadas em reservatórios higienizados, podem ser usadas nos banhos diários e reutilizadas mais uma vez nas descargas de autoclismo.  
  • Lavar o carro ou a entrada de casa/passeios, também não requer água tratada e também aqui as águas das chuvas podem ser aproveitadas.
 
E para onde vai a água que utilizamos em casa?
 
Na maioria dos casos segue para esgotos e saneamento e posteriormente para ETAR's.
E aqui se coloca outra questão: como devemos "enviar" essa água?
 
  • Evitemos que esta siga com resíduos sólidos (para além dos óbvios!), como cotonetes, plásticos diversos, metais,..., que dificultam o tratamento da água.
  • Por outro lado, não nos esqueçamos que os óleos usados na cozinha não devem ser eliminados através dos esgotos, mas sim colocados em contentores apropriados para o efeito e distribuídos por vários locais das povoações. A contaminação que provocam na água é de proporções catastróficas!
E nos casos em que não existe saneamento ou ETAR's, o cuidado deve ser redobrado! Não esquecer que essa água volta aos rios e às nuvens sem qualquer tratamento e o ciclo da água diz-nos que a seguir volta aos nossos lares e ao nosso convívio...
 
Nos nossos jardins, temos o poder de fazer escolhas racionais que nos permitem reduzir o consumo de água. Essas escolhas passam essencialmente pela escolha de plantas autóctones ou adaptadas às condições climatéricas locais, evitando regas constantes.
 
Ponderem bem na utilização de depósitos para recolha da água da chuva, já disponíveis em muitas superfícies comerciais, ou que podem ser feitos recorrendo a materiais que tenhamos disponíveis. Os antigos tanques de rega são ótimas opções, bastando para o efeito canalizar as águas das caleiras para estes depósitos.
 
A questão da poupança de água não se prende apenas com questões económicas (embora também estas sejam relevantes), mas essencialmente com questões ambientais a que devemos estar cada vez mais atentos, enquanto cidadãos conscientes.
 
Pensem um pouquinho nisto e, se uma só pessoa alterar um pouco os seus hábitos, então esta reflexão já valeu a pena...
 
E aproveitem agora, pois o São Pedro abriu as suas torneiras!!!
 
 
Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...
 
 
  
  
Welcome new to this my / our space for reflection.

Today I was here thinking about life (it occasionally happens...) and I found myself reflecting on the water issue.

Yes, because having water coming out of taps is a real luxury ...

In how many places around the world population has to travel, on foot, for miles to fetch water only for drinking and cooking!
In how many places around the world population suffers from dehydration and associated health problems, "just" because they do not have access to an essential commodity so precious!

And what do we do with the wealth that is to have water available for daily needs?

Surely each of us will have an answer to this question - which should not differ much from one to another - but essentially we do not know the answer.
And we do not now the answer because we do not know where it comes from or where it goes the water we use.
Consequently, we end up using our water resources in ways that are seldom rational or even inconsequential.

Ultimately, water is like a child that is not entirely ours, but we must take care with commitment and caring and preserving to deliver to the world the best we can (at least this is my reading as a mother ...).

And in this perspective, where does it come the water we consume? Where does it go after leaving our house? What are the treatments it will be subjected to, before resuming the courses of the rivers? (assuming that it  will be subjected to treatments ...).
And what can we do, as clarified
consumers, to avoid unnecessary / unneeded household consumption or contamination?

Well, first I want to show you an image that came to me via facebook (unfortunately I do not know to whom to assign the credits ...) that illustrates some of this concern:
 
 
 

 With a certain irony, indeed, the author of this illustration presents us with a very pertinent question: why not take advantage of rainwater for later use to watering plants and gardens, for example.

Our use of water can - and in my opinion should - be intimately connected with its origin. Consider this:

Certain uses - such as watering and discharge of flush - do not require potable water, so we can fully harness the rain water and the so called "gray water", resulting from the washing of hands, for these purposes.
• In the same ways, the rainwater, properly packed in sanitized containers can be used in daily baths and reused again in discharges of flush.
Washing the car or driveway / walks, also does not require treated water, and here too the rain water can be harnessed.

And where does it go, the water we use at home?

In most cases follows sewage and sanitation and then to WWTP.

And here arises another question: how should we "send" this water?

Let us avoid sending it with solid waste (apart from the obvious!), as swabs, various plastics, metals, ..., hampering water treatment.
On the other hand, let us not forget that the oils used in the kitchen should not be disposed through the sewers, but placed in containers appropriate  for this purpose and distributed along the villages. The contamination that causes in the water is catastrophic!

And where there is no sanitation or sewage treatment plants, this care should be higher! Do not forget that this water goes back into the rivers and clouds without any treatment and the water cycle tells us it will be back to our homes and our living ...

In our gardens, we have the power to make rational choices that allow us to reduce water consumption. These choices are essentially the choice of native plants or adapted to local climatic conditions, avoiding constant watering.

And consider the use of tanks for collection of rain water, already available in many retail outlets or which can be made using materials that we have available. The ancient irrigation tanks are great choices, simply by
channeling to these deposits the water from the roofs .

The issue of water conservation is not just about economic issues (although these are also important), but mainly about environmental issues that we must be increasingly vigilant about, while conscious citizens.

Think a little bit about it, and if only one person slightly change their habits, then this reflection was worth it ...

And now enjoy, because St. Peter opened its taps !!!



Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...
 
 
   

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Planta do dia - Medronheiro | Strawberry tree

Bom dia a todos!
 
E com o regresso do outono, também eu estou de volta....
 
Confesso-vos que as estações quentes, em especial o verão, me enchem de inatividade e preguiça (xiiiuuuuu...não contem a ninguém, é segredo...). Talvez por isso me tenha ausentado daqui por uns tempos. Também porque o tempo nem sempre é o que dele queremos fazer e a vida tem vontade própria...felizmente!
 
Mas agora com os dias mais fresquinhos e as cores mais brilhantes (sim, que os vermelhos, os castanhos e os dourados das folhas senescentes brilham nos dias pardos de outono...), eu voltei para partilhar convosco um pouco do meu - e do nosso - landscaping.
 
E regresso com uma planta do dia. Uma planta que me é especialmente querida.
Uma planta que resiste ao calor e ao frio, ao bom e ao mau trato, às pragas e às doenças com que a natureza a confronta - o Medronheiro (Arbutus unedo).
 
 
 
 
 
Conhecido por poucos, o medronheiro é uma planta originária da região mediterrânica, onde se desenvolve com grande vigor e longevidade.
Pertence à família das Ericáceas e apresenta-se na forma de arbusto ou pequena árvore, com folhagem perene, verde escura e brilhante. Os seus frutos - os medronhos - têm cores que vão do verde até ao vermelho intenso, passando pelo amarelo e pelo cor de laranja, à medida que vão amadurecendo.
 
São plantas espontâneas, bastante resistentes ao ensombramento típico das matas mediterrânicas, bem como ao stress hídrico dos períodos quentes de verão. As suas preferências edáficas recaem em solos de montanha, mas toleram a maioria dos solos pobres do nosso país. Resistem bem às geadas e a grandes amplitudes térmicas.    
 
E se olharmos à nossa volta nestes dias de outono (especialmente os que vivem em zonas rurais), é quase certo que o encontramos num ou noutro jardim ou numa mata ou ainda numa orla agrícola ou florestal esquecida.
 
E que lindos são!
 
Nesta altura do ano, os medronheiros estão em fruto e as suas cores fazem vibrar qualquer espaço verde, pois destacam-se das restantes a olhos vistos. As flores brancas aparecem em simultâneo e compõem lindos ramalhetes.
O medronho é um fruto comestível, pelo Homem e restantes animais, e o seu uso está intimamente associado ao fabrico da famosa aguardente de medronho.
 
Na natureza a sua presença assume particular importância, pois os seus frutos asseguram alimento a pássaros e outros animais das matas e jardins, numa altura em que o alimento começa a rarear.
 
Em paisagismo o seu interesse é indiscutível, mas nem sempre reconhecido. Lamentavelmente ainda é tido como um "primo pobre" e as suas caraterísticas não são devidamente apreciadas.
É excelente para utilizar em jardins de baixa manutenção, próximos de espaços frequentados pelas crianças e em matas em regeneração, pois não só é de fácil cultivo e adaptação, como também devolvem a essas matas a sua fauna local.
 
E nos jardins de proximidade, bem... aí as possibilidades são imensas...
Tanto podem ser usados em sebes e vedações, como em composições arbustivas, como ainda pontuar um belo relvado ou servir como ponto focal de um jardim.
The sky is the limit....
 
Imaginem-se no vosso jardim de casa, sentados a disfrutar dos últimos dias quentes deste outono e a ler um bom livro. E basta esticar a mão para apanhar um punhado de frutos coloridos e adocicados e fazer o gosto ao dente...
 
E com esta imagem mental de puro prazer me despeço por hoje. 
 
Até à próxima...


Cuca


Fico à espera do seu comentário!!! Feel free...






Good morning everyone!

And with the return of autumn, well I'm back ....

I confess to you that warm seasons, especially summer, fill me with inactivity and laziness (xiiiuuuuu ... do not tell anyone, it's a secret ...). Maybe that's why I've been away from here for a while. Also because time is not always what we want it to be and life has its own will ... thankfully!

But now, with colder days and brighter colors (yes, because the red, brown and gold of senescent leaves, glow in brown autumn days ...), I came back to share with you some of my - and our - landscaping.

And I return with a plant of the day. A plant that is especially dear to me.
A plant that resists heat and cold, good and mistreatment, pests and diseases with which nature confronts it - the Strawberry tree
(Arbutus unedo).


 
   
 
          in: http://www.rotavicentina.com


Known by few, the strawberry tree is native of the Mediterranean region, where it develops with great vigor and longevity.

Belongs to the  Ericaceae family and presents itself in the form of shrub or small tree, with evergreen, dark green and shiny foliage. Its fruits - the strawberry trees - have colors ranging from green to deep red, through yellow and orange as they mature.

They grow spontaneously and are quite resistant to the typical shade of Mediterranean forests, and water stress in hot summer periods. Its soil preferences fall in mountain soils, but tolerates most of the poor soils in our country. Good resistance to frost and extreme temperature ranges.

And if we look around in these autumn days (especially those living in rural areas), we are almost certain to find one in gardens or in the woods or on forgotten farm or forest edge.

And they are beautiful!


In this time of year, the plant has its fruits and their colors vibrate and stand out in every green space, because of their visibilily. The white flowers appear simultaneously and compose beautiful bouquets.
The arbutus is an edible fruit, to Man and other animals, and its use is closely associated with the manufacture of the famous berry brandy.


In nature, their presence is of particular importance because its fruits ensure food to birds and other animals of the woods and gardens, at a time when food starts to thin.

In landscaping its interest is indisputable, but not always recognized. Unfortunately it is still seen as the "poor cousin" and their characteristics are not properly appreciated.
It is excellent for use in low maintenance gardens, frequented by children and in forests regenerating spaces, because not only it is easy to grow and adapt, but also give back to these woods their local wildlife.


And in proximity gardens, well ... then the possibilities are endless ...
Both can be used in hedges and fences, as in shrub compositions, but also punctuating a beautiful lawn or serving as a focal point in a garden.
The sky is the limit ....


Imagine yourself in your home garden, sitting and enjoying this fall last warm days and reading a good book. And just reach out to pick a handful of colorful and sweetened fruits to taste ...

And with this mental image of pure pleasure I say goodbye for now.

Until next time ...



Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

28 de junho de 2014

Jardim do Paraíso - Chahar Bagh | Paradise Garden - Chahar Bagh

Cá estou eu de novo!!!
 
Em primeiro lugar, as minhas desculpas pela "ausência", mas nem sempre o tempo dá para tudo o que queremos fazer, e de repente damos conta que algo ficou um pouquinho para trás...foi sem intenção e tentarei não tornar a fazê-lo...grata pela compreensão.
 
Bom, posto isto, estou de volta!!
 
E desta vez quero começar pelo princípio:
 
Todos os paisagistas começam a sua formação pela análise da paisagem e pela história do jardim, enquanto espaço de lazer jardinado.
 
E começando por este último, quero muito falar-vos do Chahar Bagh.
 
E agora a maioria de vocês está a pensar "passou-se, vai falar em árabe!!!"
Nada disso!
 
Vamos lá então conversar um pouco acerca da origem dos jardins.
 
A palavra inglesa Paradise (traduzida para português como paraíso) teve origem na antiga palavra persa pairidaeza ("pairi" = em redor e "daeza" = parede) e significava jardim murado. Esta designação aparece referenciada na Pérsia (hoje conhecida como Irão) já em 401 A.C.
 
A palavra paraíso entrou assim na linguagem ocidental para designar um jardim murado, ao estilo persa, com bosquetes de árvores e arbustos - como se se tratasse, do jardim ideal e eterno.
 
O Jardim do Paraíso era na sua essência, um espaço geométrico, quadrangular, rodeado por muros, atravessado por quatro canais de água que simbolizavam os quatro rios da vida e contendo (teoricamente) todos os frutos da terra (Jellicoe, 2004).
 
A esta tipologia foi dado o nome de Chahar Bagh. (confesso que ADORO!! dizer esta palavra...)
 
A palavra em si significa "quatro jardins" e aplica-se sempre que estamos perante um jardim dividido em espaços mais pequenos. Cada um destes espaços é designado de chenar e funciona como canteiro. Na interseção entre os quatro rios da vida podemos encontrar a chabutra - um pavilhão, um tanque de água ou um túmulo (como no caso do Taj Mahal).
Cada um dos elementos anteriores aparece sempre numa posição superior aos canais de água e no caso do tanque de água, este funciona como uma fonte de distribuição dessa mesma água.

Curioso mesmo é que os tradicionais tapetes persas são representações deste tipo de jardim, com a sua profusão de cores e plantas, nomeadamente árvores de fruto e flores (onde se destacam as rosas, muito apreciadas pelos persas, nomeadamente na culinária). Outro elemento presente nestes tapetes e nos jardins persas, era a Árvore da Lua, desenhada como uma conífera (possivelmente um cipreste) e que simbolizava a imortalidade.

A água assume um papel fundamental no Jardim do Paraíso, uma vez que nas regiões áridas e desérticas da antiga Pérsia esta era a única forma de manter vivos e verdejantes estes "pequenos oásis".

O Chahar Bagh teve as suas origens nos espaços cultivados do oásis, sendo essencialmente um espaço agrícola, que se transformou num espaço de lazer e contemplação, sendo precursor dos Jardins Islâmicos e dos Jardins Mughal, na Índia.

Ainda hoje esta tipologia serve como fonte de inspiração na conceção de jardins, devido à sua forma ortogonal e regular e aos princípios a ela associados, que são intemporais.

E agora, ficaram a adorar tanto como eu, este pedaço de história?

Prometo que trarei mais post acerca da história dos jardins, temática que me é muito querida.

Por hoje é tudo e aproveito para vos desejar uma boa noite de S. Pedro!!!!




 
Cuca

 
Fico à espera do seu comentário!!! Feel free...






Here I am again


Firstly, my apologies for the "absence", but there is not always time enough for everything we want to do, and suddenly we realize that something was a little behind ... was unintentional and I'll try not to do so ... thank you for your understanding.Well, this said, I'm back!

And this time I want to start at the beginning:

All landscapers begin their training by analyzing the landscape and the history of the garden, as an area of ​​landscaped leisure.

And beginning with this last one, I really want to talk about the Chahar Bagh.Now most of you are thinking "she snapped and she'll speak Arabic!"
None of that!

Let´s talk a little about the origin of the gardens.

The English word Paradise originated in ancient Persian word pairidaeza ("Pairi" = around and "daeza" = wall) and meant walled garden. This designation appears referenced in Persia (now called Iran) as early as 401 BC.The word paradise just entered the western language to designate a walled garden, Persian style, with clumps of trees and bushes garden - as if it were, the ideal and eternal garden. The Paradise Garden was in it´s essence, a geometric space, square, surrounded by walls, crossed by four channels of water that symbolize the four rivers of life and containing (theoretically) all the fruits of the earth (Jellicoe, 2004).

To this typology was given the name of Chahar Bagh. (I confess that I ADORE saying this word ...)

The word itself means "four gardens" and applies whenever we have a garden divided into smaller spaces. Each of these spaces is designated chenar and works like a raised bed. At the intersection between the four rivers of life we can find chabutra - a pavilion, a water tank or a tomb (as in the case of the Taj Mahal).
Each of the above elements always appear in a higher position to waterways and in the case of the water tank, it functions as a distribution source of that water.
 
 


 
 

Curious it 's that traditional Persian rugs are representations of this type of garden, with its profusion of colors and plants, including fruit trees and flowers (which features roses, much appreciated by the Persians, especially in cooking). Another elemento presente in these rugs and Persian gardenswas the Moon Tree, designed as a conifer (possibly cypress) and which symbolized immortality. Water plays a key role in the Paradise Garden, since in arid and desert regions of ancient Persia it was the only way to maintain alive and verdant these "little oasis".

The Chahar Bagh had its origins in the cultivated areas of the oasis, being essentially an agricultural area, which became a place of leisure and contemplation, being a precursor of Islamic Gardens and the Mughal Gardens in India.

Even today, this typology serves as a source of inspiration in the design of gardens, due to its orthogonal and regular basis and it´s associated principles, that are timeless.

And now, do you love this piece of history as much as I do?

I promise I will bring more post about the history of the gardens, a theme that is so dear to me.

This is all for today and I take the opportunity to wish you a good St. Peter's night!!


Cuca


I'm waiting for your comments! Feel free ...


 
 

7 de junho de 2014

Jardim de proximidade | Proximity garden

Olá de novo!
 
Hoje o tema que me leva a escrever é bastante pessoal.
 
Pessoal no sentido em que se trata de uma opinião e escolha bastante particulares, nada tendo de socialmente sustentado e sendo até um pouco irracional, mas....
 
Ora vamos lá então:
 
Não vos sei explicar muito bem porquê (e aqui entra a tal irracionalidade...), mas não simpatizo muito com as hortas de moradia, em contexto urbano. Desde que me entendo por gente que tenho esta ideia fixa de que as moradias devem ter jardins e não hortas!
Na minha cabeça as hortas "pertencem" ao meio rural...
 
Mas adoro a ideia de ter à disposição um espaço onde possa colher alguns "verdes" para consumo imediato. E agora, hein, em que ficamos?
 
Bem, juntamente com esta irracionalidade, estabeleci à alguns anos aquela que me parece ser uma solução perfeitamente razoável e exequível para muitos de nós (em particular para aqueles que moram em moradias unifamiliares).
 
E se o nosso jardim de proximidade (aquele que se desenvolve em redor das moradias, ou mesmo na sua frente/traseira) fosse "habitado" por plantas comestíveis de beleza paisagística?
 
O conceito parece estranho, mas não é e passo a explicá-lo.
 
Todas as plantas de produção agrícola apresentam características de grande beleza, perfeitamente passíveis de integrar num ambiente que se pretende de lazer e/ou enquadramento estético. Por isso, porque não usá-las com dupla função, aliando a forma à função? Em vez de horta, passaremos a ter um jardim comestível.
 
E para conseguir fazê-lo, devem ser estabelecidas algumas premissas:  
  1. Recorrer a espécies de cariz hortícola, associando-as a outros de cariz meramente ornamental - tendo o cuidado de não usar espécies tóxicas, para evitar acidentes... (prometo abordar as plantas tóxicas em post futuros!);
  2. Outro aspeto crucial é sem dúvida a forma do jardim. Sim, que isto de usar a velha esquadria formal para desenvolver o espaço de horta já era! Podemos - e quanto a mim devemos - projetar uma forma bonita e funcional, adequada à situação particular de cada moradia, que induza o cérebro a aceitar que se trata de um jardim;
  3. Introduzir elementos decorativos - como pérgulas, muros, mobiliário de jardim, fontes, entre tantos outros - que mais uma vez nos remetam para espaços jardinados;
  4. Escolher materiais facilmente identificados com jardins, nomeadamente no que toca a pavimentos e muros.
O próximo passo é a escolha das plantas. E aqui temos plantas para todos os gostos!
 
As videiras, as actinídeas (kiwis) e os maracujás, com as suas flores maravilhosas, são ótimas para revestir pérgulas, enquanto que os muros podem ser escondidos por trepadeiras como as framboeseiras, amoras selvagens, feijão verde, ervilhas ou ainda capuchinhas (Trophacolum majus), com as suas flores vibrantes!
 
Como herbáceas de revestimento do solo, podemos usar os tomilhos, os orégãos dourados, os morangueiros, as violetas (Viola odorata) ou ainda as camomilas.
A escolha de arbustivas facilmente recairá nas inúmeras aromáticas existentes, como as alfazemas, o rosmaninho ou o alecrim (a colocar em locais de passagem ou estadia, para potenciar os seus aromas), bem como nos mirtilos, groselhas, murtas e romãs.
 
Com um pouco de imaginação, conseguimos enquadrar plantas como as batateiras (de lindas flores), as cenouras (com folhagem delicada), as mostardas e até os alhos, cebolas e alho francês. Os tomateiros e os pimentos destacam-se lindamente em macetas, dada a sua folhagem de um verde intenso e as suas flores e frutos coloridos.
 
E que dizer das couves-flor, brócolos e couves-roxas plantadas em filas ou alternadas?  Conseguem só imaginar?
E as flores comestíveis como a borragem, as prímulas, as calêndulas, as rosas e as túlipas, que bem ficam em qualquer cantinho!  
 
Como "chá decorativo", podemos usar o limonete, a erva-príncipe, a erva-cidreira, o funcho ou ainda a hortelã.   
Para terminar e para fazer um pouco de sombra ao nosso jardim (e não só), podemos usar as tílias (muito aromáticas), as cerejeiras (de linda floração), as laranjeiras e muitas outras fruteiras!
 
Depois destas dicas, aposto que ficaram com vontade de experimentar, não? Ideias não faltam e o difícil é escolher...
E assim transformamos as (por vezes) inestéticas hortas, em espaços prazerosos, de grande beleza e utilidade. Sou fervorosa adepta de aliar a forma à função. Porque hão-de andar elas de costas viradas?   
 
 
 
 
 
  
Deixo-vos uma última sugestão: cuidado com a aplicação de fitofármacos, uma vez que os produtos são para consumo humano...
 
E, caso já tenham em vossas casas um jardim comestível, digam e mostrem-no por aqui!
 
Continuação de bom trabalho e, já agora, tenham uma boa semana!


Cuca




Fico à espera do seu comentário!!! Feel free...







Hello again!

Today the topic that leads me to write is very personal.

Personal in the sense that it is an opinion and a very specific choice, not socially sustained and even being a bit irrational, but ....

Well come on then:

I do not know how to explain you why (and here comes the irrationality...), but I do not sympathize with housing vegetable gardens in an urban context.
Since I can remembre, I have this fixed idea that dwellings should have gardens and not vegetable gardens! In my mind they "belong" to countryside ...

But I love the idea of ​​having available a space where you can reap some "green" for immediate consumption.
And now, huh, were do we stay?

Well, along with this irrationality, I've established some years ago, what it seems to me a perfectly reasonable and feasible solution, for many of us (particularly those living in single family dwellings).

And if our proximity garden (one that develops around the villas, or even in their front/rear) was "inhabited" by edible plants of scenic beauty?

The concept seems strange, but it's not and I'll explain it to you.

All plants of agricultural production have features of great beauty, perfectly capable of integrating an environment that is intended for recreational and/or aesthetic framework. So why not use them with dual function, combining form to function?
Instead of the vegetable garden, we will have an edible garden.

And to get to do it, some assumptions must be made:

1. Use species of horticultural nature, linking them to other purely ornamental - taking care not to use toxic species to avoid accidents ... (I promise to address the toxic plants in future post!);
2. Another crucial aspect is undoubtedly the form of the garden. Yes, because using the old formal square to develop the garden space is out of fashion! We can - and in my point of view we should - design a beautiful and functional form, appropriate to the particular situation of each villa, which induces the brain to accept that that is a garden;
3. Introduce decorative elements - such as pergolas, fences, garden furniture, fountains, among many others - referring again to the gardened spaces;
4. Choose materials easily identified with gardens, particularly with regard to floors and walls.

The next step is to choose the plants.
And here we have plants for every taste!

Vines, actinidia (kiwifruit) and passionfruit, with its wondeful flowers, are great for covering arbors, while the walls may be hidden by vines as raspberries, wild blueberries, green beans, peas or nasturtiums (Trophacolum majus), with its vibrant flowers!

As herbaceous ground coating, we can use thyme, golden oregano, strawberries, violets (Viola odorata) or chamomiles.
Choosing shrubs will easily fall in numerous aromatic ones, such as lavender or rosemary (to put on the pathway or stay area, to enhance their flavors) as well as in blueberries, currants, pomegranates and myrtles.

With a little imagination, we could fit plants such as potato plants (of beautiful flowers), carrots (with delicate foliage), mustards and even garlic, onions and leeks.
The tomatoes and peppers stand out beautifully in flowerpots, given its rich green foliage and its flowers and colorful fruits.

And what of cauliflower, broccoli and red cabbage planted in rows or alternate?
Can you just imagine?

And edible flowers, as borage, primroses, marigolds, roses and tulips, which will go well in any corner!

As "decorative tea", we can use verbena, lemongrass, lemon balm, fennel or mint.

To finish and to bring a bit of shade to our garden (and not only), we can use linden trees (very aromatic), cherry trees (lovely flowering), orange trees and so many other fruit trees!

After these tips, I bet you are willing to try, no?
Ideas abound and it's difficult to choose ...

And so we transform the (sometimes) ugly vegetable gardens in pleasant places of great beauty and utility. I am a fervent supporter of combining shape and function. Why should they be walking back turned?
 
 
 
 
 

 
 
I leave you one last hint: be careful with the application of phytochemicals, since the products are for human consumption ...

And if you already have in your house an edible garden, tell me and show it here!

Keep up the good work and have a good week!



Cuca




I'm waiting for your comments! Feel free ...